terça-feira, 14 de julho de 2015

PESQUISA - "PARKINSON PODE TER ORIGEM INTESTINAL"

Origem do Parkinson
Embora o Mal de Parkinson seja uma das mais graves doenças neurodegenerativas, ela pode não se originar no cérebro, mas no trato gastrointestinal.
A conclusão é fruto de um grande levantamento epidemiológico feito por pesquisadores da Universidade Aarhus (Dinamarca).
Esta conclusão dá suporte a um estudo feito por pesquisadores suecos no ano passado, igualmente afirmando que o mal de Parkinson pode se originar no intestino, embora os pesquisadores dinamarqueses sugiram uma outra rota de migração da doença.
Partindo do trato gastrointestinal, sugerem eles, a doença de Parkinson chegaria ao cérebro por meio do nervo vago.
Nervo vago
"Nós fizemos um estudo dos registros médicos de quase 15.000 pacientes que tiveram seu nervo vago interrompido no estômago - entre 1970 e 1995 esse procedimento era um tratamento comum de úlceras," explica a pesquisadora Elisabeth Svensson, coordenadora do estudo.
"Se realmente é correto que a doença de Parkinson começa no intestino e se espalha através do nervo vago, então esses pacientes de vagotomia devem, naturalmente, estar protegidos contra o desenvolvimento da doença," prossegue ela.
E a hipótese se mostrou fortemente válida, com os pacientes sem a conexão do nervo vago apresentando apenas metade da chance de terem Parkinson no período de 20 anos após a cirurgia. Essa proteção não ocorreu nos pacientes com dano parcial no nervo vago.
"Pacientes com doença de Parkinson frequentemente ficam constipadas muitos anos antes que recebam o diagnóstico [da doença neurodegenerativa], o que pode ser um indicador precoce da ligação entre a patologia gastrointestinal e a patologia neurológica relacionada com o nervo vago," justifica a pesquisadora.
Mesmo caminho do Alzheimer
Curiosamente, o mesmo processo vem-se dando com outra importante doença crônica neurodegenerativa, o Mal de Alzheimer.
Algumas novas hipóteses apontam que as placas amiloides típicas do Alzheimer podem nascer no fígado, enquanto outros pesquisadores acreditam que Alzheimer e diabetes são a mesma doença.
Outra hipótese já largamente aceita é que as placas de beta-amiloide podem ser consequência, e não causa do Alzheimer.

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