segunda-feira, 23 de abril de 2012

ALERTA - "INGESTÃO DE CARNE VERMELHA PROVOCA CÂNCER DE INTESTINO"

(Estudo põe fim à dúvidas antigas)

O consumo de carne vermelha é apontado como fator de risco para vários tumores, mas no caso do câncer de intestino grosso, que já é um dos mais frequentes entre os paulistanos, essa relação se torna mais evidente. 

É o que mostra uma revisão de seis estudos científicos que será apresentada em junho no congresso da Sociedade Americana de Câncer, nos EUA, sob o comando de Alexandra Paola Zandonai, especialista em enfermagem oncológica pela Universidade de São Paulo (USP).

Em seu trabalho, a profissional observou que a ingestão diária de carne bovina ou suína, independentemente do tamanho da porção, aumentou em até 35% o risco de desenvolver câncer de intestino grosso, ou colorretal, porcentual que sobe para 49% no caso dos embutidos - entre eles salame, salsicha e até peito de peru. 

Uma solução apontada por ela para amenizar o problema é substituir a carne vermelha pela branca. "Os peixes, principalmente, são ricos em ácidos graxos, benéficos ao corpo".

Os resultados do trabalho podem ajudar a esclarecer os principais fatores ligados a esse tipo de câncer, pouco explorado em campanhas públicas e cada vez mais comum em locais desenvolvidos. "É a segunda neoplasia com maior incidência no Sudeste e a terceira no país", frisa o oncologista Samuel Aguiar Júnior, diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do Hospital A. C. Camargo.

Entre as paulistanas, esse tipo de tumor só não é mais frequente que o de mama. Nos homens da capital a doença também aparece em segundo lugar, depois do câncer de próstata. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) exclui dessa lista os tumores de pele do tipo melanoma. 

Os dados do órgão apontam ainda que a incidência do tumor no Estado mudou na última década. Entre os homens paulistas, a taxa de casos novos esperados por 100 mil habitantes passou de 10,5, em 2000, para 26 neste ano. 

Para as mulheres, nesses mesmos anos, a estimativa de novos diagnósticos foi de 15,4 para 25,6. Além disso, a taxa de mortalidade por neoplasias colorretais também tem crescido. 



As informações são do Jornal da Tarde.

terça-feira, 17 de abril de 2012

PESQUISA - "ANTIOXIDANTES INTERROMPEM ALZHEIMER"


Ainda não existem tratamentos efetivos contra o Mal de Alzheimer, que está subindo rapidamente nas listas de causas de mortalidade em todo o mundo.
Enquanto a maior parte das pesquisas se concentra nesta única área, os cientistas já admitem que as proteínas beta-amiloides podem ser uma consequência, e não a causa do Alzheimer.
Assim, para tentar encontrar uma nova teoria sobre a doença de Alzheimer, eles estão agora voltando sua atenção para outros fatores.
E uma destas tentativas acaba de dar resultados promissores.
Ferro e Alzheimer
Os novos dados indicam que a forma como o corpo lida com o ferro e com outros metais, como o cobre e o zinco, começa a se alterar anos antes do surgimento dos primeiros sintomas de Alzheimer.
Reduzindo o nível de ferro circulando no plasma sanguíneo, os cientistas conseguiram proteger o cérebro de animais de laboratório contra as alterações induzidas pelo Alzheimer no cérebro.
Mais especificamente, manipulando os níveis de ferro no sangue, a equipe conseguiu inibir o processo de acúmulo das proteínas beta-amiloide, que até agora eram consideradas a causa da doença.
Parece que o ferro vai para os lugares errados no cérebro com Alzheimer - ele se acumula em altos níveis no núcleo das placas de beta-amiloide, onde se torna muito reativo.
Quelante
No experimento, um modelo de Alzheimer foi criado em coelhos, com o desenvolvimento de placas de beta-amiloide e modificações na proteína tau, que é parte do esqueleto dos neurônios.
Quando se torna fortemente fosforilada, essa proteína diminui a capacidade dos neurônios em conduzir sinais elétricos.
A equipe do Dr. Othman Ghribi, da Universidade de Dakota do Norte (EUA), então tratou os animais com uma droga chamada deferiprona, um quelante de ferro - um composto que força o ferro a ser capturado por outras moléculas.
A droga diminuiu os níveis de ferro circulante no plasma sanguíneo, trazendo de volta a beta-amiloide e a tau fosforilada no cérebro dos animais aos seus níveis normais.
(Diário da Saúde)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

MEDICINA - "SEQUENCIAMENTO GENÉTICO NÃO CONSEGUE PREVER DOENÇAS"

(Somos 20% matéria e 80% energia; entendam isto)

Com a forte queda no custo do sequenciamento do genoma inteiro de um ser humano, parece ter finalmente chegado o dia em que se cumprirão as promessas de decifrar os riscos de doenças para cada pessoa individualmente, com base em seu DNA.
Infelizmente, parece que as promessas de "ler do futuro" da saúde não estão se cumprindo.
Cientistas da Universidade Johns Hopkins analisaram dados de milhares de gêmeos idênticos, e concluíram que a capacidade do genoma para dar informações sobre o risco da maioria das doenças é praticamente nula para a maioria das pessoas.
E a equipe ainda alerta que é arriscado acomodar-se com base em resultados negativos obtidos do sequenciamento do genoma em testes que estão sendo disponibilizados comercialmente.
Sequenciamento do genoma inteiro
Um sequenciamento do genoma inteiro cataloga todos os genes que uma pessoa herda de cada um dos pais.
Em média, os genomas de quaisquer dois indivíduos diferem em 4,5 milhões de posições espalhados pelo seu DNA.
O sequenciamento do genoma inteiro identifica essas diferenças e as associa a riscos conhecidos ou suspeitos de um indivíduo ter determinadas doenças.
Os pesquisadores lançam dúvidas sobre se o sequenciamento do genoma inteiro pode prever com segurança a maioria dos futuros problemas de saúde que serão encontrados pela maioria das pessoas que fazem esses testes.
"Nós acreditamos que os testes genômicos não serão substitutos para as atuais estratégias de prevenção de doenças," diz Bert Vogelstein, um dos autores do estudo. "Um rastreamento prudente, o diagnóstico precoce e estratégias de prevenção, tais como não fumar e tratar precocemente o câncer, serão as chaves para reduzir as taxas de mortalidade das doenças."
Genética dos gêmeos
Para investigar o potencial preditivo do sequenciamento do genoma inteiro, a equipe usou dados de milhares de gêmeos idênticos registrados na Suécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega pelo Registro de Gêmeos dos Veteranos da Segunda Guerra Mundial.
"Gêmeos idênticos compartilham o mesmo genoma e, se o genoma fosse o fator determinante para as doenças comuns, então a prevalência de uma doença específica em um indivíduo cujo irmão gêmeo teve a doença pode ser usada para determinar com que precisão se o sequenciamento do genoma inteiro pode prever o risco da doença de um indivíduo," explica Vogelstein.
Sem novidades
A análise mostra que o sequenciamento do genoma inteiro pode alertar a maioria dos indivíduos para um maior risco de pelo menos uma doença - isto é, indicar que a pessoa possui um risco maior do que a população em geral.
Mas a maioria das pessoas obtém resultados negativos para a maioria das doenças estudadas, ou seja, a análise do genoma não consegue prever se elas terão tais doenças, ou mesmo se estão sujeitas a um maior risco.
Por exemplo, até 2% das mulheres submetidas ao sequenciamento do genoma inteiro podem receber um resultado positivo para câncer de ovário, alertando-as que elas teriam pelo menos 1 chance em 10 de desenvolver o câncer durante a vida.
O problema é que esse é praticamente o risco de qualquer mulher desenvolver o câncer de ovário.
Enquanto isso, os 98% restantes poderiam se sentir confortáveis e negligenciar medidas preventivas, quando o resultado negativo não garante que elas estejam livres da doença, apenas admite que elas continuam tendo o risco geral da população feminina.
Resultados positivos
Os pesquisadores afirmam em seu artigo na revista Science Translational Medicine que sua análise demonstra com precisão que os exames baseados no sequenciamento de todo o genoma não são muito informativos para prevenir o câncer na maioria dos indivíduos que não tenham um forte histórico familiar da doença.
Por outro lado, os testes genéticos poderiam teoricamente identificar mais de três quartos dos pacientes que podem desenvolver quatro das doenças estudadas - doença cardíaca coronariana nos homens, auto-imunidade da tireoide, diabetes tipo 1 e Mal de Alzheimer.